O setor imobiliário em Portugal tem vivido um crescimento exponencial nos últimos anos, mas há um problema estrutural crítico que pouco se discute: as condições de trabalho dos agentes imobiliários. Estes profissionais, na sua maioria freelancers ou a recibos verdes, enfrentam situações de trabalho precárias, o que pode levar à atuação sem formação ou licenciamento adequado. Este cenário põe em causa a qualidade dos serviços prestados e, mais importante, a segurança dos clientes.

Neste artigo de opinião, Miguel Mascarenhas, cofundador da Imovendo, defende que é urgente refletir sobre a regulamentação da profissão e criar um enquadramento legal para os agentes imobiliários. Ele propõe que se promova a contratação dos profissionais a tempo inteiro, o que beneficiaria tanto as empresas quanto os consumidores, além de proporcionar maior estabilidade e segurança aos próprios agentes.

Além disso, o autor destaca que a falta de estabilidade financeira é uma preocupação crescente entre os agentes imobiliários, que, muitas vezes, têm rendimentos irregulares e instáveis. A mudança para um modelo de emprego a tempo inteiro traria benefícios, como um salário fixo, maior proteção social e a redução das comissões elevadas que atualmente inflacionam os preços dos imóveis.

Miguel Mascarenhas conclui que, ao implementar um enquadramento legal e promover a contratação de agentes a tempo inteiro, não só se melhoraria a situação dos profissionais, mas também se contribuiu para um mercado imobiliário mais transparente e justo.

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